“O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive” Antonio Vieira

 

AJ é dono da única livraria em Alice Island, cidade muito isolada que dificulta a chegada de novas pessoas na cidade. Aj e sua esposa, Nic, decidiram largar tudo e voltar para Alice e abrir a livraria Island Books. Seu slogan é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”, uma referência à frase de John Donne. Mas após a morte de Nic, as vendas caíram, sua vida é miserável, é um vendedor rabugento e solitário, com pouca ou nenhuma amizade na cidade. Mas tudo muda quando um de seus bens mais valiosos é roubado.

 

A história inicia com a chegada da bem-humorada Amelia Loman, representante de vendas da editora Pterodactyl Press. Logo de cara já é mal recebida pelo dono, que é contra todos os livros que lhe são indicados. Odeia tudo, menos os contos. Sua paixão é Edgar Allan Poe.

 

"Às vezes os livros só nos encontram no momento certo."

 

É narrado em terceira pessoa, mas antes de cada capítulo, AJ indica um conto escrevendo em um parágrafo o que significou para ele. AJ é um personagem que se transformando diante dos olhos do leitor. Com o tempo melhora seu humor, seu trabalho, temperamento e até aumenta seu círculo de amizades. Tudo com a ajuda de um livro, que, como disse Antônio Vieira, é um cego que guia. 

 

A escritora criou bons personagens, levando o leitor a compreender cada um deles. Gostei da leitura, bem fluida, rápida, diálogos concisos. O enredo é simples, mas cativante. Ri (bastante) e chorei (apena em um parágrafo). Chegando pela metade da história, eu entendi para onde ela caminhava. Não que seja ruim e previsível, o que inclusive AJ reflete em uma de suas indicações: somos leitores, é normal fazermos previsões.

 

Recomendo. 

 

Por: Barbara Carvalho

Nota: 4 de 5

 

 

Informações do Livro

I.S.B.N.: 9788565530668

Título original: The Storied Life of A.J. Fikry

Publicado em: 2014  

Autor: Gabrielle Zevin

Páginas: 192

Editora no Brasil: Paralela