Tochtli é nosso pequeno personagem principal. “Algumas pessoas dizem que sou precoce” e com certeza ele é! Mora em uma fortaleza com seu pai, Yolcault, um tutor, Mazatzin e alguns empregados, poucos, bem poucos e todos os chapéus que pode ter.

 

Este livro é sobre inocência e malícia, em minha humilde opinião. Uma vez que Tochtli é inocente por pouco conhecer do mundo e não entender certas coisas que dizem a ele ou por perto dele (apesar de nós leitores conseguirmos entender do que se trata) e malícia porque ele não fica imune a toda maldade que acontece em volta dele, ele não é uma criança normal. Tem fascinação por guilhotinas, quantas crianças vocês conhecem que ao menos sabem o que é isso? Pois é, ele acha incrível como os franceses eram finos por tirarem as coroas dos reis antes de os decapitarem na guilhotina, e mais finos ainda por colocarem um cesto para aparar a cabeça para que ela não saísse rolando pelo chão.

 

Fica claro no decorrer da estória que o pai dele, Yolcault é o chefe do narcotráfico (não é spoiller, está na sinopse do livro) e vive dividido em mostrar força ou carinho ao filho, por isso enche-o de mimo. Satisfaz os mais bizarros caprichos, como ter um leão ou um hipopótamo anão da Libéria, e ao mesmo tempo é frio não permitindo que o menino o chame de pai, não é coisa de macho.

 

Trata-se de um livro curto que pode ser lido em uma hora ou menos, porém incrível!

 

“Às vezes o México é um país nefasto, mas às vezes é um país magnífico”

 

Obs: A Companhia das letras deu outro show de edição. O livro é lindo demais e ainda tem aquele posfácio que nós amamos.

 

Por: Haida Carvalho

 

Informações do livro: ​

Nome: Festa no Covil

Original: Fiesta en la madriguera

Publicado em: Setembro de 2011

Autor: Juan Pablo Villalobos

Páginas: 96

Editora no Brasil: Companhia das Letras

Editora Internacionais: And Others Stories